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terça-feira


O mito da globalização na América Latina

Erick da Silva*

O ideário da "via única" e do "fim da história" tem se mostrado ainda com força e forte penetração. Principalmente quando se discute o modelo de desenvolvimento econômico para a América Latina e alternativas a globalização neoliberal.
Os ideólogos do neoliberalismo não se furtam em vender como verdade absoluta afirmações como "a globalização não é um processo imperialista. A sua principal característica é apoiar a incorporação das sociedades atrasadas aos benefícios da sociedade de mercado." Para estes, opor-se a globalização é opor-se ao progresso e a uma situação irreversível.
No entanto, esta afirmação busca esquecer o processo de internacionalização da produção, os mercados, o trabalho e o consumo, da lógica do capital como relação social. Se apresenta como início de um novo período histórico no qual o passado já não condiciona as políticas de modernização. Todo um histórico de desenvolvimento dependente, de expropriação da riqueza dos países latino americanos por parte dos países imperialistas seria ignorado. O que se configura em um erro central na análise do processo econômico internacional, como bem apontava Celso Furtado.
Iguala países com diferenças estruturais. Aqueles que sofrem as condições de um colonialismo e uma exploração global com os países que a impulsionam, oculta os fundamentos de uma ordem internacional baseada na exploração e na desigualdade. Esconde a pressão e o poder exercido sobre os governos latino americanos por parte dos organismos internacionais dos países dominantes, como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, para imporem suas políticas condicionadas a concessão de empréstimos econômicos. Ferindo o princípio de autonomia das nações quanto a sua política interna e externa.
Este modelo de globalização e suposto livre mercado, na prática, tem se constituído como uma via de mão única. Onde os países centrais obstaculizam a entrada de produtos comerciais da periferia em seus territórios e pressionam e impõem a sua lógica para com os demais. A consumação desta política passa, por fim, em implementar a ALCA e bloquear a possibilidade de um desenvolvimento autodeterminado por parte dos países latino americanos.
Em suma, é necessário que se desmistifique esta falsa idéia de globalização como "remédio" para todos os problemas de subdesenvolvimento na região. Pois, na prática, a situação é justamente o contrário. A solução passa pela afirmação de uma política independente e soberana, que vise a construção de um desenvolvimento econômico focado na inclusão social e que busque um "caminho" que fuja dos receituários neoliberais que tantas mazelas tem causado em escala mundial.

Erick da Silva é estudante do curso de História

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