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sexta-feira

O fundo do poço

Erick da Silva*

Recentemente, diversas categorias de servidores públicos do Estado (como professores e trabalhadores da segurança pública) encerraram seus movimentos de reivindicações de melhorias salariais sem que o Governo do Estado atendesse a nenhuma delas.
A justificativa dada pelo governador Rigotto há não concessão de um justo aumento salarial aos servidores foi “as dificuldades financeiras” do Estado. Para piorar o quadro, além de não haver reposição salarial alguma, ainda houveram atrasos e parcelamentos do pagamento dos provimentos salariais do funcionalismo público. Uma situação caótica, sem dúvida nenhuma. Mas, observando-se este mais de um terço de mandato concluso da gestão Rigotto, quais foram as ações para a reversão da crise financeira do governo estadual?
Infelizmente, nenhuma atitude foi tomada pelo governo Rigotto, muito pelo contrário. Sem consultar a população, Rigotto retoma a política de renúncia fiscal, apesar da grave crise financeira que supostamente atravessa o Estado, comprometendo a possibilidade de saneamento das contas públicas no médio ou longo prazo. Até agora Rigotto fez concessões através do FUNDOPEM que totalizam R$ 2 bilhões de renúncia fiscal nos próximos anos, sem haver nenhuma exigência para que as empresas beneficiadas gerassem novos empregos. Desta forma, Rigotto demonstra não ter preocupação alguma com o futuro da “saúde” fiscal do Estado, não apresentando nenhuma política séria de superação da crise e ainda implementa políticas que reduzem a capacidade de arrecadação direta do Estado, aprofundando assim as dificuldades.
Qual a verdadeira dimensão desta crise? Difícil dizer, mas o que podemos constatar observando os governos anteriores é que nunca houve um governo que atrasasse e parcelasse salários dos servidores e não realiza-se investimento algum como o atual. Será que apenas falta recursos? A crise das finanças do Estado não foi citada quando grandes empresas foram anistiadas das suas dívidas com a fazenda do Estado, ou ao favorecer grandes grupos empresariais com o FUNDOPEM, nem mesmo quando foi dado reajuste salarial para o judiciário, Assembléia e Ministério Público, enquanto para as demais categorias nada foi concedido. O que temos sim, é uma política que demarca uma clara opção por privilegiar os grandes e nada fazer para os pequenos.
Se a política adotada para as finanças públicas não for repensada, o fundo do poço deixará de ser um mero discurso do Governador para justificar a sua inoperância e se tornará um triste realidade para os gaúchos.



Erick da Silva é estudante

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