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quarta-feira

1964: 40 anos depois

Erick da Silva*

Neste mês, se completa 40 anos do golpe militar de 1964. Atualmente, a impressão que se tem, é de que aparentemente nunca se teve uma ditadura militar no país. Visto que a imprensa de massas, as escolas e etc. pouco tratam do tema. Além de que, apesar das inúmeras arbitrariedades publicamente cometidas pelo regime militar, até hoje ninguém sofreu qualquer tipo de punição.
Por isso que, nesta passagem dos 40 anos do golpe, que se faz necessário que todo o conjunto da população seja lembrado ou informado a respeito do que foi aquele período e que conseqüências tiveram para o desenvolvimento nacional. Em 1964, o Brasil tinha na Presidência da República o gaúcho João Gulart, que sofria dura oposição por parte de setores conservadores. Muito desta oposição se dava pelo fato de Jango prometer dar início as chamadas “reformas de base”, que fariam, entre outras coisas, uma Reforma Agrária no país. Naquele período a luta pela terra no país já tomava um corpo importante, liderada por Francisco Julião e suas Ligas Camponesas.
Contando com um apoio político e logístico dos Estados Unidos (que desde meados da década de 50 já centrava sua atuação no sentido de controlar qualquer projeto nacional brasileiro que não fosse de encontro aos interesses norte-americanos), em 1° de Abril de 1964 os militares tomaram o poder no país. Imediatamente as liberdades e direitos civis foram revogados, toda e qualquer oposição formal foi cassada (até dezembro de 1964 foram cassados quatro governadores, quatro ministros, dois senadores (inclusive Juscelino Kubitschek), 55 deputados federais, 36 deputados estaduais, 14 prefeitos e dez vereadores. Ao todo, 238 políticos, com ou sem mandato, caso de Jânio Quadros, foram cassados naquele ano).
Em 11 de abril, o Congresso expurgado elege presidente o general Humberto de Castelo Branco (1900-1967). Após a deposição de Goulart, entra em cena uma legislação baseada em atos institucionais. O objetivo é neutralizar lideranças e organizações sociais e políticas da esquerda em geral. Foram quatro atos até a posse do general Costa e Silva (1902-1969), em 1967, quando entra em vigor nova Constituição. O desenvolvimento do regime se dá de forma a cada vez mais aumentar as medidas repressivas, proibindo a liberdade de imprensa, de manifestação e organização.
Por conseqüência direta da ditadura, muitas pessoas tiveram que se exilar fora do país, muitas outras foram torturadas, mortas ou desaparecidas (até hoje não se tem um número preciso). Até que se tive-se inicio o processo de mobilização nacional pelas Diretas no país e a sua abertura democrática, muitas pessoas pagaram com o próprio sangue o preço para que isso ocorre-se. O retrocesso político, social e cultural que o Brasil sofreu em função destes longos e duros anos de ditadura até hoje se fazem sentir. Superar esta herança, nas suas mais diversas formas, é o desafio que a sociedade deve ainda realizar.


*Erick da Silva é estudante de História

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