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quarta-feira

O papel estratégico da Universidade
Erick da Silva*

A universidade brasileira passa por uma crise de identidade, onde muitas vezes ela se torna obsoleta e inadequada a realidade. Isto tem decorrência na própria história e formação da universidade no Brasil, a sua construção e implementação é coerente com a própria formação do país, tendo o autoritarismo e a exclusão como marca.
Pensada e executada por poucos e para poucos, a universidade tem passado por uma série de transformações que não partem de uma lógica de rompimento com essa tradição, muito pelo contrário. Durante a ditadura militar, a universidade brasileira passou por fortes reformas que, entre outras coisas, propiciaram a expansão desenfreada do ensino pago no país, a custa de um gradual desmantelamento das universidades públicas. Onde já naquele período, setores da ditadura militar pensavam na educação não enquanto direito social e dever do Estado e sim enquanto um privilégio ou mesmo um serviço, se transfigurando nos anos noventa em pura mercadoria geradora de lucros, na visão de setores da elite do país durante o governo FHC.
O prejuízo causado pela implementação de tais idéias de ensino é evidente. Qualquer perspectiva de desenvolvimento sócio-econômico para o país fica seriamente comprometida sem que haja um verdadeiro investimento e priorização do ensino no Brasil. Muito disto passa por se superar todas as agruras herdadas desde a ditadura militar, passando-se imediatamente a construção de uma nova universidade.
Quando se pensa no papel da educação e em especial da universidade pública brasileira, é fundamental ter por perspectiva o lugar estratégico dela na sociedade. Pensar a educação não como mero instrumento de qualificação de mão-de-obra, e sim enquanto direito social e mecanismo privilegiado de produção e difusão de conhecimento, de formação científica, tecnológica, cultural e humanista.
Este é a função irrenunciável da universidade junto a sociedade e é para que ela venha a cumprir este papel que o conjunto dos setores populares devem lutar. Ao travarmos esta luta, estamos buscando uma verdadeira democratização e fortalecimento da universidade no Brasil. Possibilitando melhores condições de desencadearmos uma mudança qualitativa no padrão de desenvolvimento nacional em sua totalidade.

*Erick da Silva é estudante de história na Unisinos (RS) e membro da executiva da União Estadual de Estudantes do RS (UEE/RS)

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